Saturday, June 10, 2006

Sem Título

todos estão desaparecendo
todos estão esmorecendo
é essa a voz do outro mundo
como eu não pude entender?
eu sou como um rato imundo
com um mundo a me bater
o veneno não me mata,
mas a vida é tão ingrata
eu ja vivo à adoecer
envenenado e morto antes mesmo de viver
com uma diferença de olhos
com inconsistência de modos
eu vivo a carregar os destroços
porque só assim se construirá
só assim se amará
e só assim se destruirá
ninguém nunca lembrará
enquanto todos matarem o rato
enquanto o justo for crucificado
enquanto não houver verdade.....

Não
a verdade é uma mentira
e na mentira eles acham a verdade

Não
O meu corpo se estira
E na vontade é que se atira

Todos estão adoecendo
Toda a vida desfazendo
o rato branco não tem cor
E o rato preto não é visto
O rato branco vive a dor
E no rato preto insisto
Como nós todos, a ver a resistência
Os ratos nunca caem
E nós quem invadimos
Os maridos traem
As esposas rindo
A ordem está errada
Crianças não mais mordem fralda
Mas sim a felicidade falsa
E uma dolorosa farsa
E ao crescer lembrarão
Que em tristeza morrerão
E talvez a esperança
Seja que eles gritem não...


(Sem data. Mas do começo do ano.)