Sunday, February 15, 2015

Poesia do Fracasso e do Sucesso

Corri atrás de mim como corri atrás de vida
Dei voltas e cheguei logo a mim mesmo
Insatisfeito corri atrás de mim por rota vista
Em voltas cheguei logo a mim mesmo

Entreguei a mim mesmo a vida que carregava
E atirei para longe a desfazer
Corri novamente atrás de mim, me aturava
Me atirei para longe a desfazer

Corri atrás de mim como corri atrás de vida
Encontrei podridão e vergonha
Corri por todo canto de rotas vindas
Encontrei tudo, menos a mim mesmo

Olhei, focado e fundo, através de minhas costas
Ajoelhei-me, chorando, aceitei minha sentença
Do meu ódio me desfiz, e também da dor chorosa
Levantei-me, triste, e aceitei minha sentença

Toquei ao alcance do que antes não alcançava
Virei a mim mesmo, abracei a mim mesmo
Me tornei um só comigo e nem disfarçava
Virei eu mesmo, abracei a mim mesmo

Olhei ao redor, tanto tempo passado,
Quis fazer tudo aquilo que nunca havia feito
Não há mais tempo, o tempo não ficou congelado
Não posso fazer aquilo que nunca havia feito

Quis voltar a correr em círculos ao contrário
Difícil mudar tão persistente comportamento
Me forcei a pensar, como um tolo canário
Difícil mudar tão persistente comportamento

Olhei ao redor, olhei ao redor, olhei ao redor
Bela vista, distante e pacífica
Mirei, sonhei, fazer algo novo, perfeito
Chegar ao belo, tão distante, tão pacífico

Meu fracasso, meu sucesso
Tão perto e tão longe
Meu sucesso, meu fracasso
Tão perto e tão longe.