O erro mais comum hoje, creio eu, é achar que o amor nasce por uma situação metafísica única e que toda a relação depende única e exclusivamente dessa situação. Eu, sinceramente, acredito no amor tanto quanto acredito em pingüins; sei que existem, mas nunca vi um (só num aquário uma vez, mas sinceramente, era meio sem graça).
Tudo bem, não nego que essa situação além-compreensão-humana exista, mas acho extremamente estranho quantas vezes já vi esse "amor" não durar. Referenciando John Schaffer, "o amor verdadeiro pode vir apenas uma vez em mil vidas", e algumas pessoas simplesmente tem 'muitos amores' durante uma única vida. Essa dependência sobre o "se for para ser, será" simplesmente não "gera" amor; também creio na necessidade do esforço.
Acredito, sinceramente, em afinidade, sobre a qual temos pouco poder para influenciar, e creio, ainda mais fortemente, em atração mútua. A consequência inicial desses fatores (que também é o que penso ser um dos sentimentos mais verdadeiros, mas mal interpretados, do ser humano) é a paixão. Não que seja algo ruim, mas ela tem uma data de início e certamente terá um fim.
A concepção do amor diz que ele dura para sempre, e é o que acredito. Esse "durar para sempre", portanto, requer sentimento, mas acho que ainda mais importa a vontade - mútua - de manter o relacionamento e o sentimento. Às vezes, creio que um relacionamento longo, como um casamento, dá a impressão de que "encontramos o amor da vida" e, consequentemente, uma situação confortável onde não temos que fazer nada. A maioria das pessoas não percebe que, mesmo após isso, a vida continua a mesma batalha de sempre: com dificuldades, tristezas e vontade de desistir. Quem não se prepara para isso numa relação longa, mais chances tem de não ter tal relação longa.
Referências à música "Dracula", do álbum Horror Show, por Iced Earth, e a "Love and Marriage", de Frank Sinatra.
A Ceiba speciosa e seu espinhos
2 years ago