Eu sou a luz dos seus feitos
Eu sou bonito, você feio
Dos ladrões, sou criado
Por você enviado
Eu sou a glória da sua guerra
Eu sou a jóia sem terra
Você general que permeia
Você vence a guerra inteira
Eu sou a vitória que não te deram
Eu sou o reconhecimento da fera
Sua inteligência, sua força,
Seu equilíbrio, sem torça
Sua dor juvenil,
Seus anseios rivais,
Seu argumento imbecil,
Suas raivas desiguais
Sua boca tão suja
A sua humilhante troça
A sua raiva impura
Escondida à força
Sou tudo que você quis ser
Melhor, firme e impróprio
Nada em mim há de perecer
Grande, infeliz e ótimo
Eu sou a guerra que não pode vencer
Eu sou a dor que não vai morrer
Eu sou a fera, a bela e a morte
Eu sou a dor, o azar e a sorte
Eu sou tudo o que você quis ser
Eu sou tudo que você odeia em mim
Eu sou tudo que poderias querer
Eu sou tudo que não permito assim
Eu sou forte, morrendo e aguado
Túrin, Sauron e pato,
De tudo que poderia aprender
Só não aprendi a viver
Das facas, um grande inchaço
De choro, seco e impávido
E se você não puder melhorar
Eu vou parar de tentar
Eu torreio, grande, incapaz,
Mato os dragões, a guerra atrás
Por fim, a morte me chama
Por sempre a dor que me clama
Sua voz de serpente,
Raiva indiferente
Meu amor descontente
Minha fuga indecente
A subida incólume,
A queda inevitável
Nada rima com incólume
Nem com inevitável
Desce desce, desce, desce
Sobe, sobe, sobe
Desce, desce, desce, desce
Sobe
Soberba indiferença de mim
Seu maior amor de todos os tempos
Viverás bem assim
Pois eu vou viver,
Desigual, torto e não reto
Eu vou sobreviver,
Desigual, torto e reto
Ai, ai, ai, ai
Não seria bom se não rimasse com vai.
A Ceiba speciosa e seu espinhos
2 years ago