Ele não podia descrever sua alegria ao perceber que estava de volta aonde ansiava. Tinha encontrado seu lar, ele tinha certeza.
As grades do recinto de lagos ainda eram as mesmas. Avistou uma pessoa entre as dezenas que havia ali, há muito não encontrada, e perguntou pela outra. Aonde estava Beatriz?
A pessoa indicou para um canto.
A garota havia mudado.
Os cabelos eram antes loiros, ele se lembrava. Agora, eram tanto loiros quanto negros, divido em diversas mechas. Ele olhou alegre e a pessoa pareceu dar um pequeno sorriso.
- Hei, sou eu! John!
A garota olhou nos olhos dele, indiferente. Continuou silenciosa. A um pequeno gesto de cabeça, um olhar, ele beijou-a, errando por pouco; ela, porém, riu com isso e fê-lo sentar-se ao seu lado. Era um ‘sim, você tem razão’.
Havia tanto tempo, e ela estava mudada. Por um momento, uma pequena sombra caiu sobre eles, e os cabelos dela ficaram negros; as olheiras se sobressaltaram, e ela continuou linda, mas com um ar mórbido de quem têm enfrentado muito há muito. O homem continuou ao lado dela, abraçados, e ele deu um beijo nela. Suas mãos molhadas subiram pelas costas da garota
(O beijo acabou e ele disse: “Há tanto tempo penso em você... sinto sua falta”, e ela respondeu, “podemos ficar quietos, por favor?”. Ele assentiu e)
Suas mãos desceram pelas costas, até que a garota disse.
- Tira as mãos da minha bunda?
Ele deu um pequeno sorriso e subiu as mãos pelas costas de novo.
Quando ele acordou, percebeu que aquele não era mesmo seu lar; também não era seu lar aonde se encontrava.