Monday, July 06, 2009

Tempestade de rios.

Eu vejo a destruição sobre os campos
Os humanos, os animais, e eles se acabaram.
E eu vi a destruição sobre os campos
Destruição que eu ajudei a criar
E a purificação, o iniciar do zero
Mas não existe o iniciar do zero
Não existe a purificação

E eu não pus fogo nos campos
Mas deixei-os queimar;
Não derrubei as cabanas,
Mas nem fui lhes ajudar
Não gritei 'morte a todos'
Nem rezei por misericordia
Eu fiquei um passante,
Escutando o chorar

E acolhi o perdedor,
com dó das feridas
E dos gritos de dor
Muitas almas sem vida
Sem dor, nem liguei
Me chamariam de anjo
Sou um desastre que sei
Nao lembro nada a um anjo

Sou escuro
E frio, como a natureza em mim
Destruindo, sem guia
Um pensamento que sem senso redigia
Uma canção sem voz,
Uma melodia sem som,
Uma risada sem riso.
E o inverno, fraco como a si próprio criou
Falhou em seu intento.

E falhou,
Talvez ele diria que mudaria a tática,
Mas o inverno não pode ser quente,
Nem pode começar a queimar
Os campos, nem deixar de frio matar;
Entao deixaremos desabar
As grandes certezas do inverno, ah,
Deixaremos desabar

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